S. João da Cruz
São João da Cruz nasceu em Fontiveros, na Espanha, em 1542. Seu pai era rico e casou com uma moça pobre e por isso foi deserdado.
João entrou para o Carmelo com 21 anos, tomando o nome de João de São Matias. Em 1567, João tinha 25 anos e tinha sido recém ordenado sacerdote, quando conheceu Santa Teresa que lhe propôs a reforma do ramo masculino do Carmelo (ela ja tinha iniciado a reforma feminina). João aceita a proposta e em 1568 inicia a reforma.
Troca o nome para João da Cruz e passa a viver com outros freis na mais radical pobreza e contemplação.
Mais tarde João foi preso, pelos antigos Carmelitas que não queriam a reforma.
Passou 9 meses na prisão, sendo tratado com extrema dureza. João costumava pedir a Deus três coisas: que Ele não o deixasse passar um só dia sem sofrimento, que não o deixasse morrer ocupando o cargo de superior e que lhe permitisse morrer humilhado e desprezado.
João da Cruz morreu em 1591 com 49 anos de idade.
O Verbo Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espirito Santo, está essencial e realmente escondido no íntimo de cada ser.
Se está em mim aquele a quem minha alma ama, como não o encontro nem o sinto? É por estar ele escondido. Mas não te escondas também; assim podes encontrá-lo e senti-lo...
Teu Amado esposo é o tesouro escondido no campo de tua alma, pelo qual o sábio comerciante deu todas as suas riquezas.
Nisto tens motivo de grande gozo e alegria, vendo como todo o teu bem - a tua esperança - se encontra tão perto de ti, ou melhor, está dentro de ti, e tu não podes viver sem ele.
O demônio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus.
O amor consiste em despojar-se e desapegar-se, por Deus, de tudo o que não é Ele.
Como acontece aos bem-aventurados no céu: uns vêem mais a Deus e outos menos, mas todos o contemplam e estão felizes, porque cada um pode satisfazer a própria capacidade.
Para possuir Deus plenamente, é preciso nada ter; porque se o coração pertence a Ele, não pode voltar-se para outro.
Para buscar a Deus, requer-se um coração despojado e forte, livre de tudo o que não é puramente Deus.
Afeiçoar-se ao mesmo tempo a Deus e a criatura são coisas contrárias: não podem existir numa só pessoa.
Deus é inacessível. Não repares, portanto, no que as tuas faculdades podem compreender, nem teus sentidos experimentar, para que não te satisfaças com menos e assim perderes a presteza necessária para chegar a Ele.
A criatura atormenta, e o espírito de Deus gera alegria.
Há uma distância infinita entre o ser divino e o ser das criaturas, por isso é impossível à inteligência, por si só, atingir a Deus.
Que felicidade o homem poder libertar-se de dua sensualidade! Isto não pode ser bem compreendido, a meu ver, senão por quem o experimentou. Só então verá claramente como era miserável a escravidão em que se estava.
Adquire-se a sabedoria através do amor, do silêncio e da mortificação; grande sabedoria é saber calar e não inserir-se em ditos ou fatos e na vida alheia.
A purificação que leva a alma à união com Deus, é noite:
- quanto ao ponto de partida, pois a alma priva-se do prazer de todas as coisas do mundo;
- quanto ao caminho a tomar - a fé; noite verdadeiramente escura para o entendimento;
- quanto ao termo ao qual a alma se destina - Deus; ser incompreensivel e infinitamente acima de nossas faculdades.
É inegável que a alma chega ao conhecimento de Deus, antes pelo que ele não é do que pelo que ele é.
O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo Amado.
É próprio do perfeito amor nada querer admitir ou tomar para si, nem atribuir-se coisa alguma, mas tudo referir ao Amado. Se nos amores da terra é assim, quanto mais no amor de Deus.
Sofrer por Deus é melhor que fazer milagres.
Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo.
A alma que quer que Deus se lhe entregue inteiramente há de se entregar toda sem reservar nada para si.
Quando tiveres algum aborrecimento e desgosto, lembra-te de Cristo crucificado e cala-te.
Alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas saber o lugar onde está teu Amado, a fim de o buscares e a ele te unires. Já te foi dito que és tu mesma o aposento onde ele mora, e o recôndito esconderijo em que se oculta.
Nisto tens motivo de grande gozo e alegria, vendo como todo o teu bem - a tua esperança - se encontra tão perto de ti, ou melhor está dentro de ti, e tu não podes viver sem ele.
Em teu recolhimento interior, regozija-te com ele, pois ele está muito perto de ti.
O amor não cansa nem se cansa.
Onde não há amor, põe amor e colherás amor.
Para se progredir, o que mais se necessita é saber calar diante de Deus... a linguagem que ele melhor ouve é a do silêncio de amor.
No ocaso da vida serás examinado sobre o amor.
Para a pessoa crescer na contemplação até chegar à união com Deus, deverão ficar de lado, e em silêncio, todos os meios e exercícios sensíveis das faculdades humanas.
Ora, não há maior grandeza para a alma do que ser igualada a Deus. Por isso, ele se serve somente do amor da alma, pois é próprio do Amor igualar o que ama com o objeto amado.
Para Deus, amar a alma é, de certa maneira, integrá-la em si mesmo, igualando-a consigo; ama, então, essa alma, nele e com ele, com o próprio amor com que ele se ama.
Aprende a amar a Deus como ele quer ser amado.
Quando tiveres teus desejos apagados, tuas afeições na aridez e angústias, e tuas faculdades incapazes de qualquer exercício interior, não sofras por isso; considera-te feliz por estares assim. É Deus que te vai livrando de ti mesmo, e tirando-te das mãos todas as coisas que possuis.
O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber.
À medida que Deus prova o espírito e o sentido, a pessoa vai adquirindo, com sofrimento, virtudes, forças e perfeição.
Enquanto a pessoa não se despojar de tudo, não terá capacidade para receber o Espírito de Deus em pura transformação.
O que busca satisfação em alguma coisa não está livre para que Deus o plenifique de seu inefável sabor.
Ainda que estejas no sofrimento, não queiras fazer a tua vontade, pois terás assim o dobro de sofrimento.
Quanto mais Deus quer-se dar, tanto mais desperta em nós o desejo dele, até deixar-nos vazios para encher-nos de seus bens.
A amplidão do deserto ajuda muito o espírito e o corpo. O Senhor se compraz quando também o espírito tem o seu deserto.
Sofrer por Deus é melhor que fazer milagres.
É humilde quem se esconde no seu nada e sabe abandonar-se em Deus.
Põe a atenção amorosamente em Deus, sem ambição de querer sentir ou entender coisa particular a seu respeito.
Quando a alma deseja a Deus com toda a sinceridade, já possui o seu Amado.
Abandone-se a alma nas mãos de Deus e não queira ficar em suas próprias mãos; fazendo assim e deixando livres as potências, caminhará segura.
Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo.
Quando tiveres algum aborrecimento e desgosto, lembra-te de Cristo crucificado e cala.
Queres alguma palavra de consolação? Olha o meu Filho, submisso, humilhado, por meu amor, e verás quantas palavras te responde.
Não é bem orientado o espírito que quer caminhar por doçuras e facilidades, fugindo de imitar a Cristo.
A pessoa crucificada interior e exteriormente com Cristo viverá feliz e satisfeita e, na paciência, possuirá a sua alma.
Não te detenhas em coisas mesquinhas, nem repares nas migalhas que caem da mesa de teu Pai. Sai, e gloria-te em tua glória; esconde-te nela e aí goza, e alcançarás os pedidos de teu coração.
O amor é a união do Pai e do Filho: e assim é a união da alma com Deus.
Embora a alma tenha altíssimas revelações divinas, a mais elevada contemplação, a ciência de todos os mistérios... se lhe falta amor, de nada lhe servirá para unir-se a Deus.
Deus só coloca sua graça e predileção numa alma, na medida da vontade e do amor da mesma alma.
Quando a alma se acha livre e purificada de tudo, em união com Deus, nenhuma coisa poderá aborrecê-la. Daqui se origina para ela, neste estado, o gozo de uma contínua suavidade e tranqüilidade, que ela nunca perde nem jamais lhe falta.
Como a alma já possui, enfim, perfeito amor, é chamada Esposa do Filho de Deus.
Tal é a alma que está enamorada de Deus. Não pretende vantagem ou prêmio algum a não ser perder tudo e a si mesma, voluntariamente, por Deus, e nisto encontra todo o seu lucro.
Não basta que Deus que nos ame para dar-nos virtudes; é preciso que, de nossa parte, também o amemos, a fim de podermos recebê-las e conservá-las.
É próprio do perfeito amor nada querer admitir ou tomar para si, nem atribuir-se coisa alguma, mas tudo referir ao Amado. Se nos amores da terra é assim, quanto mais no amor de Deus.
Para Deus, amar a alma é, de certa maneira integrá-la em si mesmo, igualando-a consigo; ama, então, essa alma, nele e com ele, com o próprio amor com que se ama.
O olhar de Deus produz na alma quatro bens, isto é, a purificam, a favorecem, a enriquecem e a iluminam. É como o sol que, dardejando na terra os seus raios, seca, aquece, embeleza e faz resplandecer os objetos.
Não fujas dos sofrimentos, porque neles está a tua saúde.
Amado meu, tudo o que é difícil e trabalhoso o quero para mim, e tudo o que é suave e saboroso o quero para ti.
Na união com o Amado, a alma verdadeiramente se rejubila e louva a Deus, com o mesmo Deus, e assim este louvor é perfeitíssimo e muito agradável a ele.
Oh, que bens serão aqueles que gozaremos com o olhar da SANTÍSSIMA TRINDADE!
Deus quer mais de ti um mínimo de obediência e docilidade do que todas as ações que realizas por ele.
O falar distrai e o silêncio na ação leva ao recolhimento e dá força ao espírito.
Nenhuma representação ou imaginação serve de meio próximo para a união com Deus; portanto, deve a alma despojar-se de todas elas.
Aprendam a permanecer em Deus, com atenção amorosa, com calma, sem se preocuparem com a imaginação e com as imagens que ela forma. Assim, as faculdades descansam e não atuam; recebem passivamente a ação divina.
Grande mal é olhar mais para os bens de Deus do que para o próprio Deus. Ele pede oração e despojamento.
Ao que está desprendido, não lhe pesam cuidados, na hora da oração ou fora dela.
Para entrar no caminho do espírito (que é a contemplação) deve a pessoa espiritual deixar o caminho da imaginação e da meditação sensível.
O Senhor se comunica passivamente ao espírito, assim como a luz se comunica passivamente a quem não faz mais que abrir os olhos para recebê-la.
Suma da perfeição:
Esquecimento do criado,
memória do Criador,
atenção ao interior
e estar amando o Amado.
Olha que Deus só reina numa alma pacificada e desinteressada.
Deus está portanto escondido na alma e ali o há de buscá-lo com amor o bom contemplativo.
É pois de notar, que o amor é a inclinação da alma e a força e a virtude que ela tem para ir a Deus, por que é mediante o amor que a alma se une com Deus.
O afeto e o apego da alma à criatura torna-a semelhante a esta mesma criatura. Quanto maior a afeição, maior a identidade e semelhança, por que é próprio do amor tornar aquele que ama semelhante ao amado.
O centro da alma é Deus, e quando ela houver chegado a ele segundo toda a sua capacidade, atingirá o seu último e mais profundo centro, o que se verificará quando com todas as suas forças conhece e ama a Deus.
Uma transformação no Amado, na qual ambas as partes se cedem reciprocamente, transferindo cada uma a posse de si para a outra, com uma certa consumação de união amorosa, na qual a alma se torna divina e deus por participação.
Que mais queres, ó alma, e que mais buscas fora de ti, se encontras em teu próprio ser a riqueza, a satisfação, a fartura e o reino, que é teu Amado a quem procuras e desejas?
Em teu recolhimento interior, regozija-te com ele, pois ele está muito perto de ti.
A alma que verdadeiramente ama a Deus não deixa de fazer o que pode para achar o Filho de Deus, seu Amado. Mesmo depois de haver empregado todos os esforços, não se contenta e julga não ter feito nada.
Ó Senhor, Deus meu! Quem te buscará com amor tão puro e singelo que deixe de te encontrar, conforme o desejo de sua vontade, se és tu o primeiro a mostrar-te e a sair ao encontro daqueles que te desejam?
A alma que busca a Deus e permanece em seus desejos e comodismo, busca-o de noite, e, portanto, não o encontrará. Mas quem o busca através das obras e exercícios da virtude, deixando de lado seus gostos e prazeres, certamente o encontrará, pois o busca de dia.
Quando a pessoa abre e se liberta de todo condicionamento, e une perfeitamente sua vontade a de Deus, transforma-se naquele que lhe comunica o ser sobrenatural, de tal maneira que se parece com o próprio Deus e se deixa possuir totalmente por ele.
O amor consiste em despojar-se e desapegar-se, por Deus, de tudo o que não é ele.
A pessoa, cujo estado de perfeição não corresponde à sua própria capacidade, jamais gozará da verdadeira paz e satisfação, porque, em suas faculdades, não chegou ainda àquele grau de despojamento, que se requer para a simples união.
Nesta desnudez acha o espírito sua quietação e descanso, pois nada cobiçando, nada o fatiga para cima e nada o oprime para baixo, por estar no centro de sua humildade. Porque quando alguma coisa cobiça, nisto mesmo se cansa e atormenta.
Quanto mais a pessoa se aproxima de Deus, mais profundas são as trevas que sente, e maior a escuridão, por causa de sua própria fraqueza. Assim, quanto mais alguém se aproxima do sol, sentirá, com seu grande resplendor, maior obscuridade e sofrimento, em razão da fraqueza e incapacidade de seus olhos.
Quem não procura senão a Deus não anda nas trevas, por mais fraco e pobre que seja.
Todo poder e liberdade do mundo, comparados com a soberania e a independência do espírito de Deus, são completa servidão, angústia e cativeiro.
Deus é inacessível. Não repares, portanto, no que as tuas faculdades podem compreender, nem teus sentidos experimentar, para que não te satisfaças com menos e assim perderes a presteza necessária para chegar a ele.
As visões e apreensões dos sentidos não têm proporção alguma com Deus: não podem servir de meio para a união com ele.
Quando a pessoa ama alguma coisa fora de Deus, torna-se incapaz de se transformar nele e de se unir a ele.
A criatura atormenta, e o Espírito de Deus gera alegria.
A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer sente-se impedida em sua liberdade e contemplação.
O caminho da vida é de muito pouco ativismo e barulho. Requer mais mortificação da vontade do que muito sabe. Caminhará mais quem carregar consigo menos coisas e desejos.
A fé e o amor são os dois guias de cego que te conduzirão, através de caminhos desconhecidos, até os segredos de Deus.
O caminho que conduz a vós, Senhor, é caminho santo que se percorre na pureza da fé.
A esperança em Deus só pode ser perfeita quando se afasta da memória tudo o que se contrapõe a Deus.
O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo Amado.
Por causa de prazeres passageiros, sofrem-se grandes tormentos eternos.
Criatura alguma merece amor senão pelo bem que nela há. Amar desse modo é amar segundo a vontade de Deus e com grande liberdade; e se este amor nos une à criatura, mais fortemente ainda nos une ao Criador.
Quanto mais se acredita em Deus e se serve a ele sem testemunhos e sinais, tanto mais ele é exaltado pelo homem.
Para quem ama, a morte não pode ser amarga, pois nela se encontram todas as doçuras e alegrias do amor. Sua lembrança não é triste, mas traz alegria. Não apavora nem causa sofrimento, pois é o término de todas as dores e o início de todo bem.
Quando tiveres teus desejos apagados, tuas afeições na aridez e angústias, e tuas faculdades incapazes de qualquer exercício interior, não sofras por isso; considera-te feliz por estares assim. É Deus que te vai livrando de ti mesmo, e tirando-te das mãos todas as coisas que possuis.
O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber.
À medida que Deus prova o espírito e o sentido, a pessoa vai adquirindo, com sofrimento, virtudes, forças e perfeição.
Enquanto a pessoa não se despojar de tudo, não terá capacidade para receber o Espírito de Deus em pura transformação.
O que busca satisfação em alguma coisa não está livre para que Deus o plenifique de seu inefável sabor.
Ainda que estejas no sofrimento, não queiras fazer a tua vontade, pois terás assim o dobro de sofrimento.
Quanto mais Deus quer-se dar, tanto mais desperta em nós o desejo dele, até deixar-nos vazios para encher-nos de seus bens.
A amplidão do deserto ajuda muito o espírito e o corpo. O Senhor se compraz quando também o espírito tem o seu deserto.
Põe a atenção amorosamente em Deus, sem ambição de querer sentir ou entender coisa particular a seu respeito.
Quando a alma deseja a Deus com toda a sinceridade, já possui o seu Amado.
Abandone-se a alma nas mãos de Deus e não queira ficar em suas próprias mãos; fazendo assim e deixando livres as potências, caminhará segura.
Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo.
Não é bem orientado o espírito que quer caminhar por doçuras e facilidades, fugindo de imitar a Cristo.
Se quiseres chegar a possuir Cristo, jamais o busques sem a cruz.
Não te detenhas em coisas mesquinhas, nem repares nas migalhas que caem da mesa de teu Pai. Sai, e gloria-te em tua glória; esconde-te nela e aí goza, e alcançarás os pedidos de teu coração.
O olhar de Deus é amar e conceder favores.
Quando a alma se acha livre e purificada de tudo, em união com Deus, nenhuma coisa poderá aborrecê-la. Daqui se origina para ela, neste estado, o gozo de uma contínua suavidade e tranqüilidade, que ela nunca perde nem jamais lhe falta.
O falar distrai e o silêncio na ação leva ao recolhimento e dá força ao espírito.
Nenhuma representação ou imaginação serve de meio próximo para a união com Deus; portanto, deve a alma despojar-se de todas elas.
Aprendam a permanecer em Deus, com atenção amorosa, com calma, sem se preocuparem com a imaginação e com as imagens que ela forma. Assim, as faculdades descansam e não atuam; recebem passivamente a ação divina.
Ao que está desprendido, não lhe pesam cuidados, na hora da oração ou fora dela.
Para entrar no caminho do espírito (que é a contemplação) deve a pessoa espiritual deixar o caminho da imaginação e da meditação sensível.
O Senhor se comunica passivamente ao espírito, assim como a luz se comunica passivamente a quem não faz mais que abrir os olhos para recebê-la.
É humilde quem se esconde no seu nada e sabe abandonar-se em Deus.
Não se contentar com o que diz o confessor é orgulho e falta de fé.
Sem o amor nada são todas as obras reunidas.
O mais leve movimento de uma alma animada de puro amor é mais proveitoso à Igreja do que todas as demais obras reunidas.
Meus são os Céus e minha é a Terra, meus são os homens, e os justos são meus; e meus são os pecadores. Os Anjos são meus, e a Mãe de Deus, todas as coisas são minhas. O próprio Deus é meu e para mim, pois Cristo é meu e todo para mim. (Sobre a Eucaristia)
Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma, que Cristo não faria ou não diria se encontrasse nas mesmas circunstâncias.
Nada peça a não ser a cruz, e precisamente sem consolação, pois isso é perfeito.
Renuncie aos desejos e encontrará o que seu coração deseja.
Quem se queixa ou murmura não é cristão perfeito, nem mesmo bom cristão.
Um coração puro encontra em tudo o conhecimento de Deus.
As criaturas são vestígios das pegadas de Deus, pelas quais se reconhece sua grandeza, poder e sabedoria.
Os incomensuráveis bens de Deus só podem ser acolhidos por um coração vazio.
O Verbo Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, está essencialmente e realmente escondido no íntimo de cada ser.
É em teu próprio ser que podes desejá-Lo e adorá-Lo - não o procures fora de ti porque te distrairás e cansarás. Não o encontrarás nem gozarás dele com maior segurança, nem mais depressa, nem mais de perto, do que dentro de ti mesmo.
O estado de união consiste na transformação total da vontade humana na divina, de modo que nela nada haja de contrário a essa vontade, mas seja sempre movida, em tudo, pela vontade de Deus. Por isso dizemos que, nesse estado, as duas vontades formam uma só - a de Deus.
Dar tudo pelo Tudo.
Quem souber morrer a tudo terá vida em tudo.
Para o homem de coração puro, tudo se transforma em mensagem divina.
Adquire-se a sabedoria através do amor, do silêncio e da mortificação; grande sabedoria é saber calar e não inserir-se em ditos ou fatos e na vida alheia.
A alma que quer que Deus se lhe entregue inteiramente, há de se entregar toda sem reservar nada para si.